segunda-feira, 21 de março de 2011

A tragédia nuclear e as usinas do Rio

Usina nuclear Angra 2
 O desastre provocado pelos terremotos e o tsunami no Japão se transformou em uma tragédia, cujas consequências para o futuro da humanidade ainda não podem ser mensuradas. As imagens da televisão mostrando a água do mar invadindo ruas e arrastando pessoas e veículos são chocantes. As imagens foram cinematográficas e mostraram que a força das ondas foi tanta que arrastou casas e derrubou prédios, viadutos e tudo que encontrou pela frente. A tarefa da população das áreas atingidas, depois de uma semana do grande tremor de nove graus na escala Richter, é procurar os desaparecidos e chorar as milhares de pessoas mortas. É muito difícil não se emocionar e ser solidário ao povo japonês.
Passada a fúria da natureza, os técnicos do Japão tentam controlar o vazamento de radiação das quatro usinas nucleares e o mundo está apavorado com a possibilidade das nuvens radioativas atingirem suas fronteiras. Na costa oeste dos Estados Unidos, os estoques de máscaras e comprimidos de iodo estão se esgotando. Os americanos, cujo território está no mesmo hemisfério do Japão, se acautelam contra os terríveis danos à saúde provenientes das catástrofes nucleares. E devem ter suas razões. A imprensa tem noticiado que a radiação liberada pelos reatores danificados pode chegar a mil vezes mais que a radiação de uma bomba nuclear.
 Todos os países com matriz energética nuclear estão estudando medidas para evitar catástrofes. No Brasil não ouvi nem a mínima preocupação à respeito. Vivemos a poucos quilômetros da cidade de Angra dos Reis e não temos nem ideia do que fazer se um fenômeno natural ou um avião atingir as duas usinas nucleares. Soube que o lixo radioativo na Alemanha é colocado a mais de 150 metros de profundidade em caixas de chumbo envoltas por camadas de sal e de concreto. Em Angra, esse lixo atômico - que também traz violentos danos à saúde - estão em caixas de chumbo num depósito ao lado das usinas. Sempre fui contra essas usinas junto às cidades. No Brasil não se justifica colocar a população em risco com tantas áreas desabitadas.

joserichard.ilha@gmail.com

Nenhum comentário: