sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Aeroporto Internacional Tom Jobim em condições precárias



 Nesta semana li num grande jornal, um colunista sublinhando no texto a exclusão do nome do nosso maior poeta, Tom Jobim, ao se referir ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro no Galeão. A exclusão seria por absoluta consciência de que o aeroporto, no estado lastimável que está, desmerece o nome de Tom Jobim. Concordo e acrescento que é uma vergonha para todos nós brasileiros a situação precária das instalações do prédio onde funciona o aeroporto. Acompanho há 34 anos essa histórica decadência, onde se multiplicaram grupos de aproveitadores na direção da empresa que administra o aeroporto, os quais eram cúmplices de projetos cujo único objetivo era tirar proveito para seus bolsos. Raras foram as exceções, convenientemente substituídas rapidamente, provavelmente por não concordarem com os absurdos esquemas de favorecimentos ilícitos.

 Quando foi inaugurado em 20 de janeiro de 1977, pelo presidente Ernesto Geisel, a expectativa era transportar seis milhões de passageiros ao ano e manter em andamento obras de crescimento. O projeto previa a construção de mais três terminais formando um trevo de quatro folhas, em cujo centro está a torre de controle. Os equipamentos de última geração davam conta de pousos seguros e alguns chegaram a chamar de Aeroporto Supersônico do Galeão. Entretanto, após pouco mais de três décadas, o aeroporto está feio e pouca coisa funciona. É triste constatar que a maioria dos gestores, designados a manter a grandeza e a acelerar os projetos de crescimento do Galeão, foram medíocres e nunca estiveram à altura dos desafios administrativos do maior portão de entrada de turistas internacionais do Brasil. A seriedade das atribuições da alfândega, da polícia federal e de outros órgãos com responsabilidades no controle e fiscalização do movimento de passageiros, bagagens e cargas do aeroporto sempre esbarrou na ineficiência da infraestrutura do aeroporto. Escadas rolantes, banheiros, esteiras, estacionamento abandonados e licitações com indícios de fraudes sucumbiram com o ainda jovem aeroporto. Por falta de capacidade, eles conseguiram envelhecer o Galeão. Como contraponto, cito a antiga e hoje bela rodoviária Novo Rio. É um exemplo de eficiência aos passageiros e a todos que trabalham por lá. O próprio governador Sérgio Cabral, amargurado, dá como exemplo a gestão da rodoviária contra o caos do aeroporto, e, com razão, luta para privatizar o Tom Jobim. Que seja logo essa reconstrução. Antes que desmorone nas mãos dos aproveitadores de plantão. Tom Jobim merece!


joserichard.ilha@gmail.com

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