sexta-feira, 12 de julho de 2013

Os médicos são os culpados pela crise na saúde?


          É absurda, a Medida Provisória que o governo pretende adotar a partir de 2015, para a formação de novos médicos no Brasil. Querem obrigar os estudantes de medicina, após a conclusão do curso, a trabalharem no Sistema Único de Saúde (SUS) por dois anos, deslocados para cidades do interior, antes do período de residência médica. Com essas regras, só após dois anos, esses médicos poderão dar início as especializações e receber o diploma. A proposta é que os brasileiros do interior sejam atendidos por novos médicos, doutores sem experiência e sem a indispensável supervisão de médicos preceptores. Se a medida for adotada muitos jovens podem ficar desestimulados pela carreira médica, diminuindo a quantidade de profissionais para cuidar da saúde da população e aí sim gerar uma crise de falta de médicos no país. Novamente o povo será o mais prejudicado.
           A outra má ideia é importar médicos estrangeiros para as mesmas regiões sem testá-los e confirmar de fato a competência, como se o problema no Brasil fosse a falta de médicos. Os grandes entraves na área da saúde têm origem na péssima infraestrutura, poucos hospitais, postos de saúde, medicamentos e equipamentos. É bom as autoridades também pensarem com urgência em salário justo para esses profissionais, cuja responsabilidade é reabilitar a saúde da população e salvar vidas. 
           Hoje um médico cirurgião precisa estudar 11 anos. Seis do curso de medicina tradicional, mais dois de residência e outros dois ou três anos para se tornar um especialista. Ser um bom cirurgião exige dedicação quase integral durante 11 anos, no mínimo. De modo que, não é justo que queiram obrigar os futuros estudantes de medicina a resolver a má gestão política da saúde, obrigando-os a prestar serviço obrigatório por dois anos no SUS, com salários ridículos em lugares que não existe nem posto de saúde.
          É um absurdo! Espero que as autoridades não estejam falando sério.

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