terça-feira, 15 de abril de 2014

Opressão do Poder

É inacreditável que parte de um hospital tenha sido implodido por falta de conservação e uso

                 Opressão é a palavra certa que atinge o coração do povo e sangra a cidadania da república democrática brasileira. Há algum tempo vivemos a desigualdade entre o poder que oprime e a vida dos cidadãos brasileiros, obrigados a pagar impostos astronômicos e não ter quase nada que a letra da constituição garante. Somos reféns de um sistema que humilha o povo que vive apertado nos precários meios de transporte e hospitais onde faltam médicos e os pacientes rolam pelo chão dos corredores infectados.
            É opressão porque quando é do lado do governo que as falhas persistem não há punição nem multas e juros. Quem atrasa suas contas com o governo pode parar no inferno e é tratado quase como criminoso. A pena para um comerciante que atrasa o recolhimento de taxas e impostos se multiplica em multas e juros impagáveis, enquanto aos vagabundos são garantidos todos os tipos de benefício e oportunidades de recuperação nas cadeias. 
            Não atrase sua conta de luz porque em poucos dias a energia é cortada sem apelação. Entretanto nas oscilações de energia ou falta de luz — que na Ilha são diárias — não existe a mínima satisfação da Light que nos ignora e conta com a absoluta leniência dos governos, que nem se manifestam. Isso é opressão. Quem fornece serviços ou produtos para os governos só recebe com muito atraso e pelo valor nominal. Por essa razão as empresas e organizações sociais contratadas por eles se prostituíram e fingem funcionar, deixando hospitais, escolas e estradas esburacadas, contado mais uma vez com a conivência dos governos e facilitando as ações dos corruptos.
            Enquanto rola a corrupção, os governos multiplicam erros e desperdícios em obras de fachada, irresponsavelmente planejadas. Exemplo perto de nós é o Hospital do Fundão, que teve parte implodida e até hoje nem o entulho foi recolhido. É como se a população não precisasse daqueles 12 andares que poderiam estar acolhendo centenas de leitos e ajudando a salvar vidas.

joserichard.ilha@gmail.com

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