segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A Ilha está marcando passo enquanto a cidade se moderniza


     Desconfio que as autoridades públicas ainda não perceberam a importância estratégica da Ilha do Governador no cenário da cidade. Os investimentos na região são poucos e o desenvolvimento urbano segue a passos lentos, como se a região fosse uma daquelas pequenas cidades esquecidas do interior. O fato é que temos uma população de quase 300 mil habitantes - mais gente do que Cabo Frio, Petrópolis ou Teresópolis, por exemplo -, mas os investimentos públicos são direcionados quase exclusivamente apenas para conservação do que já existe, como recapeamento asfáltico de ruas e pequenas obras pontuais de recuperação como desmoronamentos e buracos. De vez em quando uma estátua é inaugurada.

  Localizada quase no centro da Baía de Guanabara, a Ilha merece um plano estratégico diferenciado e com viés para explorar as vocações naturais que demandam do aeroporto internacional - o segundo maior do Brasil , cuja logística ainda não utiliza o sistema de transporte marítimo no deslocamento de passageiros e cargas Já o entorno da costa leste da Ilha poderia desenvolver a indústria turística e naval. A existência do estaleiro Eisa, a cerca de 9 km de distância da entrada da Ilha é prova de que é possível o desenvolvimento do setor, viabilizando a operação de pequenos e médios estaleiros destinados a fabricação de lanchas esportivas ou embarcações de pesca. Basta colocar em prática uma política que estimule novos negócios nesse fantástico setor que está em expansão em muitas cidades do litoral. 

  A Ilha está colocada em segundo plano na agenda do futuro e sofre um processo de retração urbana cujas ações resolvem parte de questões menores de interesse público. As pequenas intervenções paroquiais não deixam as coisas piorarem, mas também não significam avanços. Estamos marcando passo, enquanto o tempo passa e a cidade se moderniza.

joserichard.ilha@gmail.com

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