sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A Ilha do Governador e o caos da mobilidade urbana

                O Aeroporto ocupa grande parte do território da Ilha do Governador

          Embora mais da metade do território da Ilha do Governador tenha sido ocupada por diversas unidades militares da Marinha e Aeronáutica e pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, o sistema de mobilidade urbana oferecido aos moradores é um caos. É o tipo de assunto que todos reclamam.
             
  Isso acontece porque o conjunto de sistemas de transporte público funciona mal. Grande parte da frota de ônibus não cumpre horário e os veículos são velhos, trazendo desconforto e insegurança aos passageiros; as barcas, mais velhas que os ônibus, só funcionam na parte da manhã e à noite quando o número de passageiros compensa; já as vans que eram alternativa para transportar passageiros em direção ao Centro da cidade, servem agora para o deslocamento interbairros da Ilha, que é útil, mas operado de modo desorganizado, sem cumprir as rotas estabelecidas e disputando passageiros que embarcam e desembarcam onde querem. Pior, avançam sinais numa demonstração de afronta às leis.  Na moita, kombis ilegais continuam a operar à noite e, é a salvação para muita gente que não liga para a própria vida.
              
             Todos esses problemas de mobilidade urbana terão solução quando, de fato, as autoridades, na área de transporte, estabelecerem critérios sensatos para atender as necessidades da população. Por enquanto não há nenhum movimento nesse sentido. 
            
            Imaginem, caros leitores, se a Ilha, não tivesse abrigado, há mais de 50 anos essas unidades militares que construíram suas sedes no meio da vegetação e promovem atividades permanentes para conservar a flora e a fauna local.  A vista aérea da Ilha do Governador revela a devastação do meio ambiente nas áreas populacionais e a presença do verde somente nessas áreas militares. Hoje a Ilha tem cerca de 300 mil habitantes e poderia ter o dobro sem o aeroporto e os militares. O dobro de problemas também. Acho que a Ilha afundava.

joserichard.ilha@gmail.com